Dica de passeio: O mundo de Augusto dos Anjos- Sapé, PB

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Memorial, capela e o famoso tamarindo nas terras da família podem ser visitados

“ Somente a Ingratidão – esta pantera, foi  tua companheira inseparável!”…” Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, mora entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera.”… “A mão que afaga é a mesma que apedreja”. Estas linhas, não nesta ordem, fazem parte do poema Versos Íntimos, lançado em 1912. Imaginem o quanto era inovador e original publicar versos como estes numa época em que dominava a poesia parnasiana. Augusto dos Anjos nasceu no dia 20 de abril de 1884 em Sapé, na zona da mata, cerca de 50 km de João Pessoa, PB. Foi chamado de “poeta da tristeza” e “poeta da morte”.  Morreu em 1914, de pneumonia, com apenas 30 anos, e só deu tempo de lançar um único livro: “Eu”, que o tornou um dos poetas mais importantes do país. (Rosa Aguiar)

Aderaldo Elias é um apaixonado pela obra de Augusto Documentos originais estão expostos no local

O mundo de Augusto dos Anjos pode ser visitado e é um dos passeios mais impressionantes dos muitos na Paraíba com seus personagens de companhia. Nas terras do antigo Engenho Pau D`Arco, a casa da ama de leite dele, Guilhermina, é agora o Memorial Augusto do Anjos. Lá a recepção é calorosa, do diretor Aderaldo Elias, profundo conhecedor sobre o poeta. Ele mesmo faz a palestra de boas vindas contando a infância no engenho, a vida e a morte de Augusto. Aderaldo é um exímio conhecedor da vida do poeta e sabe de detalhes interessantes. O Memorial possui objetos da família, documentos, cartas e quadros.

O famoso tamarindo segue de pé com a sombra do poeta No Memorial com objetos do engenho

É possível visitar ali perto, e a pé, a linda capela do Bonfim, de 1844,  onde Augusto dos Anjos deve ter sido batizado. Há, colada a ela, a casa grande, mas agora já modernizada, local onde Augusto nasceu e, atrás da capela e da casa grande, o famoso tamarindo, ainda de pé, enorme, viçoso, para onde o poeta criança corria nas suas dores e que adulto o perpetuou no verso  “ Debaixo do Tamarindo” que transcrevo aqui apenas as últimas palavras do poema, publicado em 1912.

“… Quando pararem todos os relógios de minha vida,

E a voz dos necrológios gritar que eu morri,

Voltando a pátria da homogeneidade

Abraçada com a própria eternidade,

A minha sombra há de ficar aqui”. (Augusto dos Anjos)

Serviço: Para visitar o Memorial Augusto dos Anjos vá para a cidade de Sapé e siga pela PB004 para a Usina Santa Helena. Só abre de terça a sexta, das 8 às 12h. No local não há lanchonete nem restaurante O Instagram é @memorialaugustodosanjos Telefone para contato whatsapp 083 9 8799 6932

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